quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

AS PIPAS VALENTES

Olha que presente o Blog recebeu, a História das Pipas Valentes, um super leitor dessa nossa Sala de Literatura, que escreveu especialmente para as crianças. Agradecemos muitíssimo essa contribuição.
Podem se deliciar com a leitura dessa história gostosa.

AS PIPAS VALENTES Em uma pequena comunidade do nordeste brasileiro, com o nome de DEUS ME AJUDE, bem junto ao litoral nordestino em um lugar muito longe de qualquer recurso, onde as pessoas viviam da pesca, mas, com uma felicidade imensa. Neste paraíso tinha uma família humilde de pescadores, formada pelo pai, mãe e três filhos, dois meninos e uma menina, o senhor Raimundo Nonato, o pai, dona Thereza a mãe , Raimundinho o filho mais velho, Terezinha a menina, e Raiter o mais jovem (Raiter é o inicio de Raimundo e Tereza). Os meninos eram peritos em empinar pipas e tinham as que mais preferiam. Raiter tinha uma de plástico (feita com sacos plásticos), com forma de tubarão, era o xodó de Raiter, era só ter um ventinho e ele saia correndo pra soltar, era uma felicidade só. Mas numa tarde chegou à casa da família, um carro enorme com dois homens e um menino mais ou menos da idade de Raimundinho, procuraram o Sr. Raimundo e lhe disseram: - O Sr. Raimundo é o senhor? - Sim senhô, respondeu Raimundo. - Meu nome é Alberto e acabei de comprar estas terras todas, vou trazer pra cá um grande hotel, e os senhores vão ter que sair daqui. - Pra onde nois vamo seu Alberto? - Isso é problema de vocês, só terão que desocupar a área até o final da semana. - Nóis não temu pra onde ir, disse Raimundo. - Não importa, desde que vão embora, vou voltar no final de semana para derrubar esse barraco e começar a obra. - Mas senhores, só faltam 3 dias, não podemos sair assim. - Bem o problema é de vocês, até o final de semana. E foram embora. Seu Raimundo e dona Thereza estavam tristes, as crianças então, nem se fala e Raiter disse: - Papai pra onde a gente vai da pra levar a tubinho? (a pipa em forma de tubarão), e as outras, a rainha (pipa em forma de arraia), a lelé do Mundinho (em forma de baleia) e a espadinha (em forma de peixe espada) da Tetê? - Não sei meu filho, só Deus sabe e ele vai encontrar um lugar bom pra nóis. Chegou o final de semana o tempo estava ruim, querendo chover, e no meio tarde de sábado chegou o senhor Alberto, junto com seu filho e outro homem. Sentou na varanda a conversar com senhor Raimundo, e as crianças convidaram o menino pra ver as pipas e foram, pegaram todas, como tinha vento, resolveram soltar e foram pra beira da praia, nisso começou um temporal e eles estavam muito afastados da casa e o menino Albertinho não tinha muita prática e como o vento era forte ele foi puxado para dentro do mar segurando a tubinho. Os meninos se desesperaram e chamaram os pais que não sabiam o que fazer, já não viam mais Albertinho, os pais choravam e desesperados tentaram pegar um barco mas o vento era muito forte, então, Raimundinho e Raiter tiveram uma idéia e sem falar com os pais apanharam as pipas, amarraram ao barco e elas levaram o barco com os meninos para dentro do mar, já estava escurecendo, quase não viam mais nada, mas foram mar a dentro até que avistaram tubinho, bem distante mas heroicamente ainda estava no ar, e ao chegarem mais perto avistaram Albertinho pendurado com as duas mãos na corda da tubinho, que resistia aos ventos fortes com muita fibra e as outras pipas também estavam ali puxando o barco que balançava muito de um lado para outro já começando a rasgar, chegaram junto de Albertinho que estava muito cansado e o pegaram. Raimundinho olhou pro céu já escuro e fez um pedido: - Senhor, peça as nossas pipas que nos levem de volta pra nossa casa. Neste intante ouviram uma vóz cansada dizer: - Não se preocupem, nós já combinamos e vamos levar vocês de volta, nós amamos vocês. Quem estava falando parecia ser o vento batendo nas asas da lelé, e os três se agararam no barco e o barco foi sendo puxado para a praia por lelé, tubinho, rainha e espadinha, já era bem escuro quando os três conseguiram chegar à praia onde estavam os pais dos meninos que choraram, se abraçaram, e foram pra casa do senhor Raimundo, nisso passou o temporal e a noite veio bonita. Depois do susto, estavam sentados na varanda quando Albertinho falou para o pai: - Papai, não tira os meus amigos daqui, deixa eles viverem aqui com as suas pipas pra que eu possa também vir sempre aqui brincar com eles e com as pipas e por falar nisso onde elas estão? Saíram correndo e foram até a beira da praia, lá estavam elas, todas rasgadas e feias muito cansadas. O senhor Alberto vendo isso falou: - Podem ficar tranquilos, podem morar aqui para sempre, ninguém mais vai incomodá-los, além disso vou pagar um salário para a sua família, para cuidarem desta praia e vou reformar estas pipas, afinal, se não fossem elas, teria perdido meu filho, e vou ter um orgulho muito grande de ter os seus filhos como amigos do meu, nunca vi garotos tão valentes quanto eles e estas pipas sempre serão lembradas como verdadeiras heroínas. E assim todos ficaram felizes. Anos depois as praias foram divididas e se chamaram, Praia da Tubinho, da Lelé, da Rainha e Espadinha. E estão lá até hoje.

Amon Rá

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa!!!que emocionante... uma verdadeira história da vida real,crianças que sonham em ser felizes, que se divertem com aquilo que têm e que elas mesmas constróem.. e foi isso que essas crianças construiram, sonhos, esperanças... e através dessas pipas, o sonho foi realizado, continuaram em suas casa. faz nos enxergar que são nas coisas simples que acontecem as grandes realizações. Vamos refletir com essa história,não vale a pena querer desmanchar sonhos, porque como ali mesmo diz: " Essas Pipas salvaram as vidas das crianças". E pode acontecer conosco também.. Parabéns pela história...Lindaaaaa Abraços: Atenciosamente Neily Nunes

Débora Portella disse...

Muito legal essa história!!! Fiquei imaginando a carinha curiosa das crianças ao ouvirem, querendo saber o que ia acontecer com Sr.Raimundo e sua família. Com as pipas... ah o meu filho adorou... e quis ir empinar pipa depois. "- posso chamar ela de tubinho?" , eu só ouvia isso! Parabéns, linda história!! Com carinho, Débora.