segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Aula de Poesia de Manuel Bandeira - "BALÕEZINHOS"

O meu objetivo nas aulas de literatura infantil é abrir uma porta para o mundo da leitura, da imaginação, do mundo mágico dos contos de fadas, mas não para por ai, penso que o mundo real, também tem que ser agradável e divertido para as crianças, e é por isso que busco unir a literatura infantil com brincadeiras relacionadas com as histórias que lemos em nossa sala de literatura. Foi pensando assim que desenvolvi essa aula de poesia. Sabendo que aulas de poesia são sempre desafiadoras, porque dependendo da maneira como são conduzidas, podem fazer o aluno se apaixonar ou não gostar desse gênero literário. Imaginem aulas de poesia para crianças a partir de 4 anos.
O autor escolhido dessa vez foi Manuel Bandeira, BALÕEZINHOS.
Para trabalhar essa poesia com as crianças, tive que decodificá-la, já que a linguagem poética é um tanto quanto abstrata, então escrevi uma história baseada na poesia Balõezinhos. Contei a história de um homem que lembrando sua infância, descreve uma feira de sua época de criança, descreve tanto o aspecto físico da feira, quanto o aspecto sentimental dos adultos e crianças que frequentavam o local. Segundo Luci Mary Melo Leon, a linguagem de Manuel Bandeira é elaborada, às vezes nos parece transparente e ao mesmo tempo misteriosa. Os vocábulos, novos ou antigos, cultos ou populares, carregam múltiplas significações. Por esse motivo é que preferi começar a aula pela história.
Os passos da aula:
  1. Contei a história criada por mim (Profª Andréa) baseada na poesia Balõezinhos.
  2. Li a poesia para as crianças. (Antes pedi que fechassem os olhos e tentassem encontrar a história que eu contei, dentro daquela poesia).
  3. Mostrei duas ilustrações feitas pelo pintor expressionista espanhol Teo Puebla. (ilustrações feitas especialmente para esta poesia).
  4. Atividade da aula: brincar de balão.

Brincar de não deixar o balão cair no chão é uma delicia.

As crianças gostaram muito dessa aula de poesia.

B
A
L
Õ
E
Z
I
N
H
O
S
Balõezinhos
Na feira do arrabaldezinho
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
- "O melhor divertimento para as crianças!"
Em redor dele há um ajuntamento de menininhos pobres,
Fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.
No entanto a feira burburinha.
Vão chegando as burguesinhas pobres,
E as criadas das burguesinhas ricas,
E mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.
Nas bancas de peixe,
Nas barraquinhas de cereais,
Junto às cestas de hortaliças
O tostão é regateado com acrimônia.
Os meninos pobres não vêem as ervilhas tenras,
Os tomatinhos vermelhos,
Nem as frutas,
Nem nada.
Sente-se bem que para eles ali na feira os balõezinhos de cor são a única mercadoria útil e verdadeiramente indispensável.
O vendedor infatigável apregoa:
- "O melhor divertimento para as crianças!"
E em torno do homem loquaz os menininhos pobres fazem um
círculo inamovível de desejo e espanto.
Manuel Bandeira

terça-feira, 10 de novembro de 2009

História: Quenco, o pato

Quenco, o pato - Ana Maria Machado
Quenco é um patinho bonitinho mas que é diferente dos irmãos por ter medo de água. Decepciona os pais que gostariam de ver seu filhinho nadando igual aos outros irmãos. Esse patinho gosta de ler e de jogar bola com seu amigo Pipico, um pintinho que não é muito bom no gol e que um dia cai na água sem querer e é salvo por Quenco que nessa ocasião descobre que água é muito bom depois de um jogo de futebol debaixo de sol ardente... o final? felizes para sempre rsrss.
Quando escolho um livro para ler para as crianças e preparo a aula, fico pensando o que posso ensinar aos alunos com aquele livro. Mas o fato de ler para as crianças já leva para elas conhecimento, tanto de mundo, quanto de estrutura textual, muitas vezes se faz desnecessário ficar procurando algo no livro para um ensino didático pedagógico sistematizado. O prazer de ouvir uma história bem lida e viajar nesse mundo mágico das possibilidades, que a leitura nos proporciona já deveria ser o bastante. De qualquer forma existem livros, que nos ajudam a ensinar esses tais conhecimentos sistematizados de forma clara e objetiva, e sem direcionar a aula para um contexto chato de aulas meramente expositivas. Este livro escrito por Ana Maria Machado traz uma linguagem divertida e interessante, com ele podemos prestigiar algumas técnicas literárias como por exemplo:

Figuras de linguagens

  • Onomatopéia: No momento em que os patinhos se jogam na água: tchibum, chape, chape, chape nadando.
  • Polissemia: O pintinho Pipico perde um gol e todos zombam dele o chamando de frango.

Intertextualidade - Clássicos infantis

  • Pedro e o Lobo
  • O patinho feio
  • A pata Sofia

Flexão de Gênero

  • O nome dos animais: cavalo/égua - bois/vacas - bodes/cabras etc.

Início estereotipado

  • narrativa

E tudo isso de maneira leve e clara, bem ao nível dos pequenos, conhecimentos importantes que ajudam tornar mais consciente o processo de interpretação do texto.

Atividade da Aula

A atividade desta aula foi brincar de bola, assim como os personagens do livro brincaram e tentamos descobrir quem eram os "frangos" da nossa sala.

A brincadeira tanto na sala quanto fora, no pátio era pra ver o melhor goleiro (jogo estilo volei), o interessante é que durante a brincadeira as crianças lembravam de partes da história como se estivéssemos vivenciando o conto.

vencedores... agora imaginem fazer esse exercício de brincar de bola com 20 turmas rsrss

domingo, 8 de novembro de 2009

História: A Bola de Sabão Mágica

Essa aula foi muito gostosa mas muito trabalhosa também. Primeiro criei uma personagem para contar a história A Bolha de Sabão Mágica, mas ai precisei criar um histórico de vida para essa personagem e isso já rendeu uma outra história.
Quem era a personagem?
Nome: Ísis
Profissão: Confeiteira Real
História de Vida: Ísis já trabalhou em muitos Castelos famosos dos Contos de Fadas, alguns deles são:
  • Castelo da Cinderela, depois daquele negócio do sapatinho de cristal e o casamento com o Príncipe.
  • Castelo da Bela Adormecida, nesse ela não deu sorte, estava lá quando a Bela princezinha espetou o dedo na agulha e todo o reino dormiu por 100 anos.
  • Trabalhou também na casa do Barba Azul, mas desse emprego ela prefere não comentar.
  • E finalmente no Castelo da Branca de Neve, bem na época em que a Madrasta Malvada estava mandando e desmandando em tudo por lá.
Durante esses anos todos de trabalho passando de Castelo em Castelo, Ísis ouviu muitas histórias, algumas delas não foram escritas em nenhum livro, outras foram contadas nos livros, porém, sem alguns detalhes que só quem estava lá na época do acontecido pra saber.
Como foi a história:
Frederico um menino de 8 anos, morava com seus pais e mais 8 irmãos, na vila dos sete anões (nos livros constam que era só a casa dos sete anões que ficava naquela floresta, segundo a Ísis era uma vila e os moradores de lá eram os trabalhadores do Castelo da Branca de Neve), seu pai e irmãos trabalhavam todos no Castelo. Frederico ficava em casa e ajudava a mãe nos afazeres como, cortar lenha, buscar água do poço etc. Todas as tardes Frederico brincava com os amigos em uma clareira, mas naquela tarde a mãe do menino não deixou, disse que tinha tido notícias de uma bruxa pelas redondezas, (hoje sabemos que a tal bruxa, na verdade, era a Madrasta a procura da Branca de Neve para entregar a maçã envenenada). A mãe do menino, naquela tarde, lavava roupas no quintal e Frederico ficou por perto dela, brincando em uma tina de madeira cheia de água com sabão, enchia suas mãozinhas de sabão e assoprava, fazendo voar várias bolinhas de sabão. Então Frederico imaginou que poderia ser uma bolha de sabão para poder ser livre e voar até onde estavam seus amigos. Pois seu pedido se realizou, ele fez uma bola tão grande que o envolveu e flutuou com o menino, fazendo viver várias aventuras no alto do céu. (História de Aline Albano e Déia Albano).
Como foi a aula:
Recebi as crianças na sala de literatura, disse que receberiam visita naquele dia e contei a história da Ísis. Como de costume elas foram sentar no tapete e esperar a chegada da convidada que contaria a história. Me despedi e pedi que recebessem bem a convidada. Em seguida me vesti rapidamente atrás de um biombo, na sala de aula mesmo, e assoprei algumas bolinhas de sabão sem as crianças me verem, só isso já foi um alvoroço na sala.
Ísis chegou, agradou e começou contar a história, as crianças gostaram, ficaram atentas a todos os detalhes e disseram "ahhhhhhh" quando terminou. É uma delícia quando isso acontece rsrss.
Atividade da Aula:
Brincar de Bolha de sabão (ôh vida difícil) rsrss
Essa carinha sapeca é a Ísis chegando na sala(essa touca ela ganhou da Emília em uma visita que fez a Tia Anastácia, Emília é danada né, a touca é a cara dela) rsrs

Era uma vez...

Uma delícia fazer bolinhas

Muitas bolinhas...... (as crianças diziam: "sobe Frederico", como se ele estivesse naquela bolinha de sabão. rsrsrs)

Não importa a idade, é mágico...

eu faço mais bolinhas que vocês rsrss

brincar de pegar bolinha no vento também é legal...

sábado, 7 de novembro de 2009

História: A Coisa - Ruth Rocha

A Coisa
Ruth Rocha
Quando o conto é de aventura e suspense é interessante que seja em um lugar especial, que desperte a imaginação das crianças. Quando a criança se sente dentro da história, ela se apropria da mesma e também dos aprendizados que esta pode lhe proporcionar.
Para contar a História A Coisa de Ruth Rocha, arrumei a sala de literatura para receber os alunos. Fiz uma tenda, uma barraca, (uma cortina pendurada com barbantes rsrs) onde as crianças ficaram embaixo para ouvir a leitura.
Lugar simples mas bem aconchegante
E todos queriam ficar embaixo.... até eu rsrs

Com este livro consegui levantar várias questões com as crianças, começando pela capa. Ao explorar a capa percebemos que o livro fazia parte de uma coleção: As Aventuras de Alvinho, surgiram, então, perguntas como, O que é uma coleção? Quantos livros tem esta coleção? Quem escreveu os outros livros da coleção? Continuamos desvendando os mistérios desse portador textual, tão comum entre as crianças e ao mesmo tempo, para elas, tão enigmático. Falamos do nome da autora Ruth Rocha e da localização do nome do escritor na capa do livro, uma posição sempre de destaque. As crianças se deram conta que o nome do ilustrador não estava na capa, como de costume. Abrimos o livro para descobrir quem havia ilustrado, e percebemos que já era um nome familiar e conhecido nosso de outros livros, Cláudio Martins, ilustrador do livro Romeu e Julieta de Ruth Rocha, vixe aí pronto! deu vontade de olhar as ilustrações antes de ler o livro rsrsrs.

Partimos urgentemente para a leitura. Livro de suspense merece uma leitura bem pontuada, com as paradas necessárias para se criar aquela angustiosa expectativa sobre o que vai acontecer. E foi assim que passamos bons momentos durante a leitura para, no final, ter o grande desenlace, que no caso deste livro foi bem engraçado.

Igual a acampamento todo mundo juntinho

mais de 500 alunos acamparam ai embaixo para ouvir a história

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Literatura Infantil: Chapeuzinho Vermelho

CHAPEUZINHO VERMELHO (livro de literatura infantil ilustrado pelos alunos)
Este livro é a finalização de um projeto desenvolvido com crianças da Educação Infantil, 1º e 2º anos do Ensino Fundamental do Centro de Educação Integral Paulo Freire. O Projeto foi realizado durante as aulas semanais da Oficina de Literatura, ministradas por mim, Professora Andréa. Nosso objetivo era de descobrir juntos algumas versões do clássico infantil, Chapeuzinho Vermelho. Esse Conto de Fadas primeiramente escrito por Perrault e posteriormente adaptado pelos Irmãos Grimm, ganhou ao longo dos anos inúmeras versões, e nosso trabalho era socializar as versões que já conhecíamos e conhecer outras três novas versões, levadas por mim para a sala de aula. O desafio era contar a história em muitas versões percebendo as diferenças nos desfechos e sempre levar às crianças o prazer de ouvir a narração. Com a ajuda de recursos como fantoches de feltro, levamos os pequenos a viajar por esse mundo encantado dos contos de fadas. Conhecemos versões que atravessaram séculos e versões criadas recentemente, inclusive com uma versão feita para a nossa aula. A presença marcante do texto literário fez parte das nossas aulas, no entanto não dispensamos a oralidade, o improviso, a dramatização das cenas. Trocamos saberes e conseguimos alcançar o nosso objetivo de forma prazerosa. Neste livro, você leitor terá a oportunidade de conhecer mais uma das versões desse conto infantil, Chapeuzinho Vermelho, e se deliciar com as ilustrações que a cada página mostram uma Chapeuzinho diferente, um lobo engraçado, enfim vai encontrar os personagens que vivem dentro da cabeça de cada criança. Prepare-se para a cada página uma surpresa.
A sequência dos fatos da história está correta, porém a cada página você vai encontrar o desenho de uma criança diferente, sendo assim durante a leitura vai se deparar com vários lobos diferentes, várias chapeuzinhos, vovós, caçadores... vai descobrir os personagens criados por cada criança.
Para ler ou fazer download basta clicar no link abaixo.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Literatura Infantil: Brincando de Fazer Literatura

Livro de Literatura Infantil escrito e ilustrado pelos alunos
Durante todo o ano de 2008 as crianças do Centro de Educação Integral Paulo Freire participaram da oficina de literatura com o Projeto: BRINCANDO COM LITERATURA. Leram muito, ouviram muitas histórias, aprenderam sobre escritores e ilustradores, sobre a estrutura de um texto literário e algumas ferramentas que dispomos para produzir um texto. Depois disso, chegou a nossa vez de escrever. Cada aluno escreveu um conto em parceria com um colega que seria o ilustrador. O resultado disso foi uma coletânea de contos, com mais de 70 páginas, escritos e ilustrados pelas crianças. Histórias simples com algumas marcas de oralidade, regionalismos, mas cheias de magia, mistério com personagens novos, com intertextualidade, coesão, coerência e muito carinho.
Para ler o livro ou fazer o download é só entrar neste link abaixo. o blog não me da suporte pra arquivo no word, então hospedei o livro neste site, mas é fácil, só clicar em cima do link.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

História de "terror" para as crianças

História: quem tem medo de Bruxa?
Criança adora ver filme de terror, ouvir histórias assustadoras, gostam de sentir aquele medinho (rsrsrs). Então porque não contar ou ler para elas histórias "assombradas"(que tenham uma lógica para explicar o que era assustador, afinal não queremos traumatizá-las). Se você tiver disposição pode até dar uma pitada a mais de mistério nessa contação de história. Foi o que eu fiz nesta aula de literatura infantil. Escolhi o livro QUEM TEM MEDO DE BRUXA?, de Fanny Joly - Jean Noel Rochut. O livro conta a história de um garoto que durante seu passeio matinal, acaba sendo engolido por um buraco escuro. Lá conhece bruxas assustadoras, mas acaba encontrando também uma garagem cheia de vassouras mágicas. E a partir desse momento pensa em um plano para sair daquele lugar.
COMO FOI A AULA:
Desde o ano de 2005, criei um personagem que me ajuda muito na contação de histórias. A Bruxinha Lilica, é uma Bruxinha boa que nasceu com o coração de fada e por isso mesmo mora na terra das fadas. Ela é amiga da professora Andréa e sempre que a tal "professorinha" a chama ela aparece com uma super história para as crianças. Neste dia ela apareceu e contou a história e ao final ainda provou para as crianças que o menino tinha mesmo estado lá na toca da Bruxa malvada por meio das ilustrações do livro. Uma curiosidade na ilustração, um detalhe que as crianças não prestam muita atenção durante a leitura. Um sapinho que aparece em todas as páginas e quando o menino esta a salvo fora da toca lá está o sapinho também. As crianças ficam impressionadas e a história por sua vez mais mágica ainda. Depois a Bruxinha Lilica vai embora e a professora Andréa volta para a sala de aula. Esse momento também é muito legal porque as crianças contam tudo que aconteceu pra mim, como se não fosse eu mesmo que tivesse me vestido de bruxinha, não é máximo a imaginação dos pequenos.
ATIVIDADE DA AULA
A atividade desta aula era pra ser as crianças contando outra história de bruxa que elas conhecessem, mas não deu tempo, então cada criança colocou o chapéu da Bruxa Lilica e deu uma risada de Bruxa. E foi muito divertido.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

História: A Nuvem

Essa história A Nuvem, mostra todo o ciclo da chuva sob o olhar do personagem principal da história, que é um menino de uns 7 anos, que sai de casa, de bicicleta, pra passear com seu cachorrinho, o que os dois mais gostam de fazer juntos é olhar as nuvens e ver em que elas se transformam: coelhos, ursinhos... só que no meio da brincadeira cai a maior chuva e é quando começa a explicação de onde vem a água da chuva, pra onde vai...
A atividade dessa história, é claro, foi sair da sala de aula e sentar na grama para olhar as nuvens e desenho com giz de cera das nuvens mais legais. Fiz isso com 11 turmas, alunos de 4 a 6 anos.
olhando as nuvens...!!!
ahhh já começou a gracinha rsrsrs.
Confesso que quando sai da sala com a primeira turma, olhei para o céu, que estava lindo, bem azul com grandes nuvens brancas, mas eu não consegui ver nada nas nuvens, elas não se transformaram em nada, olhei para as crianças que esperavam alguma reação minha, então eu apontei para o céu e disse às crianças: "olhem lá uma nuvem que parece um pato", as crianças se empolgaram e começaram a dizer que estavam vendo um monte de coisas nas nuvens eu sinceramente olhava, olhava e não achava as nuvens parecidas com nada a não ser nuvens. Então segui minha aula um pouco frustrada, afinal as crianças diziam que estavam vendo cada coisa legal e eu só concordava mas nao via nada. Quando eu era pequena, as nuvens se transformavam em tantas coisas, porque agora não mais? Porém, lá pela quarta turma de alunos que eu levei ver as nuvens, elas, as nuvens, pararam de fazer jogo duro comigo e começaram a se transformar em muitas coisas legais, ursinho, dragão, um homem correndo, uma grande xícara etc.... fiquei feliz e quase mais empolgada que as crianças. (rsrsrs) Na última turma, depois de uma semana olhando para cima, eu já estava afiada, um aluno me chamou muito surpreso e disse: "Prof. olha lá um navio pirata", olhei e realmente, estava lá, um perfeito navio pirata, e como era uma nuvem bem pequena era levada pelo vento com mais rapidez que as outras, então eu disse: "verdade, um navio pirata navegando", (rsrsrs) isso bastou para que todos os alunos vissem e imaginassem até as cores do tal návio.
Mas descobri uma coisa, não eram as nuvens que estavam de mal comigo, o meu olhar de criança é que estava enferrujado, não conseguia imaginar mais aquelas formas gigantescas se tornando coisas que não fossem nuvens, ainda bem que insisti e consegui recuperar aquele olhar infantil que faz uma nuvem se tornar um mundo de imaginação.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Histórias de Pipa, Pandorga, Papagaio.....

Essa semana foi legal, a primeira história da semana foi A Pipa que tinha medo de voar, (autor desconhecido), e como atividade fabricamos em sala de aula uma pipa pequena com papel branco e cada um coloriu e enfeitou sua pipa. A segunda história da semana foi O Menino que Furou o Céu, ( João Anzanello Carrascoza), a atividade dessa história foi empinar pipa no pátio da escola, fiz isso com 16 turmas, o que acham? me tornei profissional (rsrsrs).
A intenção de contar duas histórias de pipas na mesma semana, era fazer a comparação das histórias, e perceber que não existe limites para a criação literária. Pode-se escrever sobre qualquer tema ou sobre um objeto de inspiração de várias formas, maneiras, estilos etc. Não há paredes para a imaginação.
As crianças gostaram muito dessa atividade, apesar do sol quente e desses dias de seca aqui no Mato Grosso.
As pipas foram confeccionadas com folhas de revistas, papel crepon, linha de crochê e fita crepe. E tive ajuda de várias professoras pra fazer, afinal para fabricar 450 pipas, tivemos quase que montar uma linha de produção. (rsrsrs)
O importante é que as crianças tiveram o prazer de ouvir as histórias, e depois brincar como se fossem os próprios personagens. Confesso que eu também gostei de brincar de pipa. (rsrss)
capa do livro O menino que furou o céu.

domingo, 1 de novembro de 2009

Aula de poesias de Vinícius de Moraes

A aula de poesias musicadas de Vinícius de Moraes, foi muiiiiiiiito legal, (eu sou suspeita rsrs), desenvolvi essa aula com turmas desde o Pré II (crianças de 4 anos) a 3ª série (crianças de 8 e 9 anos). Comecei a aula falando rapidamente sobre esse gênero literário, poesia, depois falei sobre quem as escreve, os poetas, e finalmente cheguei em Vinícius de Moraes. Eu via no rostinho deles que estavam colaborando em me ouvir, em tentar entender, porém, o meu assunto naquele dia parecia longe deles, alguns até franziam a testa enquanto me olhavam falando, como se isso facilitasse o entendimento. Depois de tudo explicadinho (ou quase), eu disse às crianças que iria mostrar algumas poesias, mais que elas já as conheciam, ah não, isso foi para elas a maior besteira que eu havia dito naquela aula, foi uma negação geral, acalmei os ânimos e resolvi mostrar logo, para isso fomos todos sentar no nosso tapete da sala e comecei pela poesia, O pato, no início todos com carinha tensa, prestando muita atenção, em seguida se deram conta de que conheciam a poesia, só que em forma música e ai foi só alegria. Naquela aula ouvimos as poesias: O pato, A foca, As abelhas, Aula de piano e A casa. Nessa última, eu disse às crianças que seria nossa última poesia naquele dia e que seria uma poesia já conhecida por eles e pelos pais deles, outra vez o "furdunço", elas diziam que os pais com certeza nao conheciam etc, mas quando começaram ouvir: "Era uma casa muito engraçada...", todos cantaram juntos e o melhor de tudo, foi ver eles perceberem que conheciam poesia e que ao contrário do que pensavam no início da aula, a poesia sempre esteve ali bem pertinho deles.
ATIVIDADE DESSA AULA: Após ouvirmos a poesia, A casa, distribui 15 palitos de picolé para cada criança, fizemos nosso combinado do uso do palito (importantíssimo), então analisamos como era a casa do poeta e cada criança pode construir a sua própria casa, usando os palitinhos e o que as crianças tem de sobra, "IMAGINAÇÃO E CRIATIVIDADE". Foi muito legal o que as crianças criaram e os alunos maiores perceberam depois de fazer sua primeira construção, que podiam trabalhar em grupo, juntar os palitos e ter com isso mais possibilidades de modelos diferentes de casa.

Comentário 1: Antes de iniciar cada poesia musicada, eu comentava sobre a próxima poesia, criando uma expectativa sobre a letra e com isso a atenção das crianças. Comentário 2: As poesias citadas estão no cd ARCA DE NÓE.